O samba nasceu semba, assim mesmo, com “E” ao invés de “A” – um ritmo religioso, significa “umbigada”, pela forma como se dança. Cruzou o oceano junto com os escravos que vieram labutar em terras tupiniquins. Aportou na Bahia, nas plantações de cana-de-açúcar. Perdeu um pouco de sua natureza ritualista, e junto com o suor do negro escravo, caiu no solo e aqui ficou.
Das plantações de cana baiana veio ao campo de café no Rio de Janeiro, no carnaval apresentou seu ritmo e ganhou identidade própria, tornou-se um gênero musical. Na então capital, tinha uma morada, as casas das tias baianas da Praça Onze, no centro do Rio, um local que era conhecido como “A pequena África”.
Humildade é a cara do samba, vindo de escravos se tornou popular nos morros do Rio de Janeiro. Fez surgir as escolas de samba, a primeira foi “Deixa falar”, e o samba falou, tocou, dançou, apareceu. Curioso, mas foi uma portuguesa quem conseguiu difundir o ritmo pelo mundo, colocou algumas frutas na cabeça e chamou a atenção para cá. Como alguém que diz “ei ! Olhem pra mim”, Carmem Miranda mostrou para todos o que é que a baiana tem.
Em 1917 o samba moderno, como gênero musical, deu as caras pela primeira vez, o primeiro registro oficial dele foi numa música chamada “Pelo Telefone”. Na década de 1930 o presidente Getúlio Vargas deu ao samba o status de “música oficial do Brasil”. De lá pra cá o samba foi dando origem a vários sub-gêneros, entre estes está a Bossa Nova.
Em uma conversa de samba é fácil dizer que ele “tem cadência, tem poesia, tem suave melodia, só o samba faz vibrar”. Ele é africano, carioca, do terreiro, da colina e da avenida, do salão e do carnaval, o samba é brasileiro e o Brasil não tem fronteira: é feliz e samba como ninguém.
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